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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Erva-Mate

A erva-mate (Ilex paraguariensis SI. Hil.), árvore nativa da região Sul do Brasil e de países vizinhos, tem o porte aproximado de uma laranjeira, com o tronco medindo de 25 a 30 cm de diâmetro e altura até 12 m em boas condições naturais, mas não passando de 7 m quando cultivada. Suas folhas, com 8 a 10 cm de comprimento e 4 a 5 cm de largura, são muito utilizadas por brasileiros, argente-nos, paraguaios e uruguaios, no preparo do chá chamado chimarrão ou mate, ou ainda do "tererê", uma infusão fria da erva-mate com outras ervas consideradas medicinais, forma como é consumido no verão no Paraguai e algumas áreas do Brasil. 

A erva-mate já ocupou lugar dedestaque na pauta de exportações do país, mas hoje em dia apesar de continuar sendo exportada, em menor quantidade- sua produção é às vezes. Insuficiente até mesmo para o abastecimento do mercado interno. O consumo, porém, vem crescendo nos últimos anos, o que tem estimulado o interesse dos produtores em sua exploração. Pode render 16,5 t/ha de folha verde a cada dois anos, e a cultura podem produzir por mais de cinquenta. 

Clima e solo 

Nativa da região de clima temperado, essa planta resiste bem a temperaturas baixas, mas cresce melhor se protegida por árvores maiores. Necessidade solos férteis, com bom teor de umidade, parcialmente arenosos e profundos.

Plantio 

A propagação pode ser feita por sementes ou estaquia. Uma técnica ainda em desenvolvimento pelo Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, da Embrapa. Para a coleta de sementes devem-se escolher árvores bem desenvolvidas, sempre em grupos de cinco ou mais, para que se obtenham sementes de pés machos e fêmeas. Sem isso não haverá boa frutificação. Os frutos amadurecem entre dezembro e março e é nessa época que devem ser colhidos. Para isso. Basta estender uma lona sob a árvore e sacudi-la, derrubando os frutos que. Em seguida, são deixados em urna vasilha com água por três dias. Depois são desmanchados, e as sementes separadas são postas a secar em lugar ventilado na sombra. Cada quilo de fruto rende aproximadamente12500 sementes. Para melhorar a germinação, usa-se um tonel ou lata de 20 l com diversos furos no fundo e na lateral. Nesse recipiente coloca-se uma camada de 5 cm de terra bem arenosa no fundo. A seguir, uma camada de 1 cm de sementes. A lata ou tonel é então enterrada num local sombreado, de modo que as beiradas fiquem acima do chão por um período de cinco a sete meses (março a setembro), sempre úmida. Não molhar demais para evitar que as sementes apodreçam. As sementes estão boas para serem se meadas quando se partirem facilmente se apertadas entre as unhas. As mudas devem ser formadas em canteiros com duas partes de terra arenosa para uma de terra argilosa. A adubação é muito importante, mas deve ser feita sob orientação técnica. Espalham-se 200 g/m2 de semente, cobrindo a camada com 1 cm de terra peneirada. Apenas umas poucas sementes germinarão, e de forma desigual. Os canteiros devem ser protegidos, para que só recebam 30% de luz. Quando as mudas atingem 5 cm de altura, devem ser levadas para o recipiente definitivo. Nessa época o sombreamento deve ser diminuído, de forma que as plantas recebam 70% de luz. A muda é levada a campo com 15 a 20 cm de altura, de preferência entre os meses de julho e dezembro e em dias de chuva. As covas devem ser feitas de 3 em 3 m, com 30 cm de profundidade por 30 cm de largura. Mas o espaçamento pode ser aumentado para 4 x 3 m ou 5 x 3 m, para o plantio de outras culturas entre as linhas. As mudas precisam ser protegidas do sol pelo menos até o inverno seguinte. E o replantio, se necessário, deve ser feito no máximo até 60 dias após a primeira leva plantada.

Tratos culturais 

Depois de dois anos do plantio, as erveiras malformadas devem receber uma poda de formação. Que consiste em decepar a muda a 1 m do solo, para que cresça uma copa bem distribuída. Para isso, os melhores brotos devem ser preservados. Eles serão cortados a 50 cm da base, dando origem a novos brotos. As podas de formação devem ser feitas no inverno, período de repouso vegerativo da planta. A erva-mate não é atacada por formigas, e uma das poucas pragas que causam prejuízo é a broca-do-mato (Hedypothes betulinus), que pode ser controlada pela queima da parte atacada. O melhor é prevenir o ataque de brocas pincel ando o tronco e os ramos mais grossos com solução de Carbolineurn (10 kg), cal virgem (10kg) e água (4l). Mistura-se primeiro a cale a água, e depois o Caborlineum.

Colheita 

Todo corte de erva-mate é regulado pelo IBDF, devendo obedecer ao período de 1º De abril a 30 de setembro nos três Estados do sul do Brasil. Ao ser feito o corte comercial, devem ser deixados 20% das folhas, para facilitar o desenvolvimento e a recuperação da planta. A primeira coleta se faz três ou quatro anos após o plantio, e deve ser repetida apenas três anos depois, em média. O corte poderá repetir-se no segundo ano, em caso de árvores vigorosas, ou no quarto, se a planta estiver fraca. Normalmente, uma erveira adulta, em franca produção, rende cerca de 60 kg de erva por safra.
Erva mate utilizada para o preparo de chás que pode ser bebido quente ou gelado, e o famoso chimarrão.